11 outubro 2010

Gostam de mim? Sim, Muito, Pouco ou Nada


Já houve momentos em que me questionei se seria uma boa pessoa.
E esta questão sempre me surgiu pelo facto de me parecer que uma pessoa que funciona nos extremos do amor pleno e da antipatia irracional, não deve ser uma pessoa justa. Uma pessoa para ser justa tem de ser racional, e sendo racional não se move nos meandros de antípodas tão sensitivos. Por outro lado, questionava-me em que é que o ser-se ou não justo seria determinante para a definição de bondade e generosidade. Ou o ser-se mais ou menos racional. Nunca cheguei a uma conclusão.

De qualquer forma, hoje em dia isto já não é assunto. Porque hoje a relevância da aceitação dos outros, em geral, é muito pouco significativa para mim. Assim como o deveria ser para toda a gente. Que luta vã é essa que meio mundo trava para ser aceite por cada indivíduo que o rodeia? Ninguém é perfeito e apreciado por toda a gente ou não faria sentido ter o ditado que se perde nos tempos e que anuncia: "Não se pode agradar a gregos e troianos".

Hoje em dia, olho para mim e para o mundo de uma outra forma, porque acredito que se somos genuínos e verdadeiros todas estas dúvidas existenciais têm um peso muito ligeiro e a aceitação é... whatever!

Portanto, hoje quando sinto a dôr de outrem mais até do que se fosse a minha e isso me tira o sono, sorrio. Hoje digo com todas as sílabas que há pessoas das quais não gosto, porque sim, há muitas de quem gosto (e aqui sorrio de novo). Hoje ao sentir tantas e tantas vezes o apreço genuíno e incondicional que os meus amigos me têm, alegremente sei que isso é uma das melhores coisas do mundo (agora sim, sorrio desalmadamente).

Por tudo isto, hoje sei que toda a aceitação de que precisamos é mesmo a nossa e se realmente nos aceitamos tal e qual como somos, o resto... whatever!!! :-)

08 outubro 2010

"Respectful One"!

Colecção Ukido Ninja Warriors: Yusuke!

"Laughter" and "Elegant Beauty"

Eis a minhas duas mais recentes kokeshis: Akari e Masami.

20 setembro 2010


Não sei exatamente em que ponto da minha vida decidi não deixar ninguém se aproximar. Foi como se começasse por colocar uma cerca á minha volta que depressa se transformou num muro... intransponível! Parece que a opção, ainda que não intencional, foi não me deixar encantar por ninguém. Não sei como, mas foi isto que aconteceu. E quando tento perceber melhor a coisa, nem assim consigo saber por que motivo isto aconteceu.

Olhando à distância de 2 ou 3 anos, parece que estabeleci um qualquer ideal amoroso. Esse ideal afigura-se-me indefinível, e arriscaria dizer, especialmente para mim mesma. Então qual poderá ser o propósito de um ideal oculto até para a pessoa que o tem para si? Bom, parece-me lógico: fui vítima de um embuste! E esse vil Ideal só serviu para manter o meu coração desmaiado, não deixando que nada lá se passasse. Não é facilmente que se chega à conclusão que nós somos o nosso próprio empecilho. Já não bastando as dificuldades naturais da vida, nós próprios sabotamos qualquer episódio romântico! E logo eu que sempre fui "apaixonada" pelo Amor... Bom, mas finalmente consegui enxergar! E consegui enxergar porque algo me obrigou. Ou melhor, alguém me obrigou!

E é aqui, que ele entra: esse alguém. Do nada. Sem aviso prévio de que ia fazer me sair da minha zona de conforto. Apareceu na minha vida, airoso. Insistente, com um sentido de humor juvenil. Atento. Perspicaz. Aparentemente muito interessado, mas muito ausente. Enigmático. Meio problemático. Uma pessoa desconcertantemente complicada de se perceber.

Tentei contornar a situação. Tentei não me deixar levar. Então, sem que eu o previsse, a minha cerca abanou e o muro ruiu. E ele fez-me sentir um turbilhão de sensações e de emoções. Fez-me sentir alegria esfuziante e um entusiasmo latente. Fez-me sorrir de manhã à noite e sussurrar o seu nome com deleite. Fez-me sentir uma vontade estrondosa de sentir o toque da sua pele, a sua boca. Fez-me sentir vontade de lhe dizer que tenho saudades, que me faz falta, que quero estar com ele. E talvez por tudo isto, também me fez sentir insegura e sem saber o que pensar ou fazer. Fez-me sentir que estava a ser pateta por estar a tentar bloquear tudo isto. Por não dizer nada do que estava a sentir. Por não descer do meu pedestal de orgulho e me mostrar tal e qual como sou: genuína, meiga, carinhosa, apaixonada.

Então disse-o. Disse-o com toda a convicção do mundo. E agora sinto-me como uma trapezista sem rede, exposta, frágil, em perigo de queda. Mas ao mesmo tempo, sinto-me a recuperar da letargia em que flutuou o meu coração nos últimos anos.
Sinto que patetice é realmente não viver a vida em pleno, com todos os riscos que isso implica e não sermos ridículos por causa do amor. Porque o amor é ridículo, já dizia o maravilhoso Fernando Pessoa, e é também espinha dorsal da vida: é ele que liberta, que preenche, que apazigua a alma. É ele que nos faz ser mais tolerantes e bondosos. É ele que nos faz permanecer num misto de êxtase histérico de felicidade. É é ele que nos faz sentir imortais.


01 setembro 2009












O que fazer quando a distância não chega para apaziguar nosso coração?
Se nem a ausência forçada consegue apagar a memória, como acabar com esta incapacidade de lhe resistir sem sofrer?
Queria tanto obrigar-lá a deixar de o amar...
Alma impertinente e casmurra!
Por onde andará a serenidade que há tanto desejo???

29 julho 2009

Vida de sonho...













Era mesmo isto!

21 julho 2009

As minhas meninas...











Apresento-vos as minhas "meninas"!
Da esquerda para a direira: Kokoro ("Heart"), Hohoemi ("Smiling Girl") e a Mieko ("Prosperous").
Aqui começa a colecção da minha vida! :o)

20 julho 2009

Um dia... chego lá! :o)





















olhares.com



Há períodos em que as nossas vidas correm... velozes ou não... mas correm. Eles fluem naturalmente sem grandes sobressaltos. Estes últimos meses não percebi bem como, mas lá arranjei maneira de fazer a minha vida andar.... aos trambolhões. Hummmm... Sim, é isso mesmo. A minha vida tem andado aos trambolhões!
No outro dia pensava que há gente que parece ter uma vida tão côr-de-rosinha. E foi pensando nisto que dei por mim a dividir a vida em dois tipos: vidas côr-de-rosa e vidas estúpidas.
Do alto da minha incapacidade para ter longos períodos rosadinhos e fofinhos percebo que os tempos que não são bons, não são necessariamente maus, mas podem ser efectivamente ESTÚPIDOS! (E agora ocorreu-me que provavelmente este parágrafo não terá grande utilidade, mas adiante.) Nestes meus últimos e longos meses tenho tido uma panóplia de coisas interessantes a acontecer: Confusão generalizada... incertezas... dúvidas existenciais... tomadas de decisão forçadas... intranquilidade... tomada de opções muito pouco opcionais e por aí fora. Apesar de muitos períodos felizes, não sei bem se côr-de-rosinha, posso portanto afirmar com toda a certeza que os meus últimos dezoito meses, têm sido definitivamente estúpidos. (Hummm Pronto! Agora sim, tenho a certeza: este parágrafonão é perfeitamente inutil no desenrolar deste texto... lol)
Mas bem, tudo começou com uma questão fundamental: mudança profissional.
Mudar só por mudar? Ou mudar mesmo, tipo de área... sim ou não? Sim. Arriscar, mas... e agora? Começar tudo de novo?
E aí surgem de imediato as OUTRAS dúvidas: crise de identidade.
O que tenho? O que queria ter, mas não tenho? O que faço importa? Para onde vou? Como gostaria de ir? O que é que não quero para mim? E o que é que quero afinal? As minhas decisões definem quem sou ou só limam a pessoa que sempre fui?
Bom, enchi os pulmões de ar e lá fui eu: mudei. Mudei e não me arrependo.
A sério que não, mas... uma vez mais tenho a ideia que optei pelo caminho mais árduo.
Mudei motivada pelo entusiasmo pela mudança, por entrar numa nova área, de viver novas experiências profissionais. E de facto eu não estava mal, apenas precisava de algo novo. E por isso, mesmo perante todas as evidências e factos sobejamente conhecidos, mudei. Em 15 dias tive a noção exacta da realidade alternativa para onde entrei. E uma vez mais constatei que não chega querer mudar e ter boa vontade. Na nova empresa, nada do que parecia ser era de facto e em sete meses e meio lá estou eu de novo a pensar. FICAR? Impossível!
NOVA MUDANÇA. Mais tranquilidade? Nop. Nem por isso. Mas melhorou? Sim, em muitos aspectos, sem dúvida alguma que sim. E por isso lá continuo: um passo para a frente hoje e dois para trás amanhã para dar três para frente no dia a seguir... e a busca continua.
Bom, posto isto a conclusão que se tira parece-me lógica: o fio condutor na minha vida é o meu lado profissional, certo? E isso é exactamente o quê? :-/
Permitam-me a presunção de tentar fazer uma auto-análise não muito errada quando me olho e digo que para mim o trabalho e o tanto que desejo alcançar o sucesso profissional é o escape óbvio para não olhar de frente a minha vida pessoal. Para não querer pensar nas TANTAS VEZES que não me basto. Ou nas tantas vezes em que sinto ter a vida nas mãos e não saber o que fazer com ela. Ou em todas as vezes em que percebo que espero demasiado e cedo pouco. E em todas as vezes que almejo ser outra pessoa qualquer e poder ver de fora a minha vida e assim talvez perceber o tanto de mim que ainda não percebo. E ainda nas muitas, muitas vezes que me fico pelo querer deixar de ter medo de sentir de braços e peito aberto. (Achavam que eu não tinha o descernimento de ver isto? Nã!!)
Novidades?
Nada de novo a não ser esta vontade de não pensar tanto e de realmente não ter medo:
não ter Medo de falhar, nem Medo sofrer ou muito menos Medo de viver!
Mas com jeitinho... eu chego lá!
:o)

06 novembro 2008

Despedida...












olhares.com



Gosto de gostar de ti.
Gosto do teu olhar doce a pousar em mim.
Gosto desses teus beijos carregados de paixão.
Gosto desse teu modo simples de ser.
Gosto desse teu gostar de mim como eu sou.
Gosto desse teu dizer tudo sem medo e sem preconceitos.
Gosto desse teu abraço forte e apertado.
Gosto das tuas francas gargalhadas.
Gosto da delicadeza das tuas mãos quando vagueias pelo meu corpo.
Gosto do teu sorriso ao acordar.
Gosto da fusão instantânea dos teus dedos com os meus.
Gosto das tuas passadas largas e decididas.
Gosto de do som do teu calmo respirar durante a noite.
Gosto do gesticular suave que fazes enquanto falas.
Gosto de sentir o teu corpo quente e acolhedor junto a mim.
Gosto mesmo muito de gostar de ti mas... não chega!
E hoje percebi que a tristeza de de não estar com alguém que se quer
é muito inferior à tristeza de se estar com alguém que não se tem...

18 fevereiro 2008

9 Fevereiro...






















(olhares.com)


Sol, mar, um murmúrio suave.
Uma gaivota paira no céu azul sentindo a brisa gentil que passa.
Sinto a areia quente nos dedos e apetece-me ficar assim,
estática, como o réptil q suga os raios de sol.
O meu pensamento está tão inconstante como as ondas
que brincam com conchas e com as algas mortas.
Penso em tudo e em nada e a minha respiração suaviza-se.
Os pensamentos já soltos vão e vêm trazendo momentos,
pessoas e sentimentos... frases perdidas... palavras solitárias.
A consciência de mim e do que me rodeia esbate-se
dando lugar a uma sensação de plena satisfação, uma quase felicidade.
Um tremor desperta-me, mas mantenho os olhos fechados,
permaneço quieta, apenas apurando o olfato e a audição.
Não se ouvem vozes, apenas o grito de uma gaivota perdida.
O marulhar do mar traz consigo o cheiro a maresia,
e o sargaço espalhado pela beira mar lembra-me os despojos da minha alma.
Sinto-me entorpecida pelo aconchego que o calor me traz.
Deslizo de mim e entro devagarinho num mundo de sonho...
Aí eu sou o teu porto de abrigo e o teu mundo enche o meu universo
de um sem número de coisas tão boas quanto inconfessáveis...
Aí o que te dou e o que sou faz de ti a pessoa mais feliz do mundo.
Aí somos as peças do puzzle que encaixa e que se completa sem hesitar:
Tu escreves e eu pinto,
Eu componho e tu cantas,
Tu idealizas e eu materializo.
Aí nós somos um só e uma enorme felicidade ...

21 janeiro 2008

Laços...












Penso em ti.
Aqui sentada de frente para o mar,
sinto o delicioso cheiro a maresia e... penso em ti!
Oiço o retumbar das ondas,
vejo a espuma que se desfaz na areia dourada e inspiro.
Sinto-te.
O meu coração bate parecendo acompanhar a rebentação furiosa.
Cerro os olhos e é como se ainda estivesses em mim.
O teu sorriso desenha-se no ar.
O teu cheiro permaneçe no meu olfato.
O teu toque parece cravado no meu corpo.
Sinto-te.
É um sentir tão real que paira à flôr da pele.
Abro os olhos e suspiro.
Recosto-me na cadeira e sorrio, apaziguada.
Sorrio porque uma felicidade crescente
parece invadir-me devagarinho
e com pequenos "nadas" que são tudo
tu não páras de me conquistar...
Exulto a cada beijo, a cada entrelaçar de dedos e
cada silêncio partilhado é de uma sinfonia de emoções
que me oferece uma paz ensurdecedora.
E a cada dia que passa, apetece-me dizer, tento expressar
o quanto te desejo e o tanto que significas para mim
mas de repente parece não haver palavras para o fazer!
Perguntavas: "estás apaixonada?"
E tu? Estás?

03 janeiro 2008

Janeiro 2008



















(Olhares.com)


A porta bate.
Reconheço-lhe o passo estugado.
A voz grave confirma a sua chegada.
Sem resistir, olho.
Ele sorri e eu estremeço.
Senta-se, não sem antes olhar ao seu redor.
Fixo o meu olhar num ponto qualquer, embaraçada.
Silêncio na minha alma.
Só consigo ouvir o som do meu coração a ecoar por toda a sala.
Tento pensar, mas um nervosismo ensurdecedor invade-me inadvertidamente.
Respiro fundo e recomponho-me.
Ele brinca com aquele tom encantador e sua simpatia desarmante
acaba de vez com a pouca tranquilidade que me resta.
Tento encontrar um novo ponto de orientação,
mas o meu olhar vagueia teimosamente até ir pousar naquele canto.
Inevitável. Sorrio.
Ele devolve o sorriso e diz algo que nem consigo ouvir.
Um arrepio percorre-me lentamente.
As pernas fraquejam.
Mas olho para ele de novo e ao vê-lo assim tão seguro e determinado, só tenho vontade de fugir... de correr...
de correr para aqueles braços... de me deixar ficar naquele colo.
Sentir o seu cheiro... o seu calor.
Coro. Disparate.
Em vez disso, lanço o meu pensamento
noutra direcção... seja ela qual for...
e sempre de sorriso estampado no rosto , voo para longe.

06 dezembro 2007




Eis uma das coisas mais simpáticas que me fizeram nos ultimos tempos...
Obrigada Dr.
;o)

13 setembro 2007

E lá sopraram os ventos da mudança...












(olhares.com)

Quando os ventos da mudança sopraram, receei... receei por não saber como optar. Mas optei. Optei e senti uma ansiedade desconcertante por não saber se essa seria uma mudança positiva. E positiva ou não, é de mudança em mudança que vamos crescendo e evoluindo.
Ao mudar deu-me um aperto no coração... um aperto de medo do desconhecido, sem dúvida, mas acima de tudo um aperto de tristeza por deixar algumas pessoas para trás. Novas pessoas estão a entrar na minha vida. De novo, o medo... Esta coisa de estar sempre a ter que reconstruir as coisas... algumas quase da estaca zero... outras de meio do caminho. Cansaço, algum pelo menos. Queria um momento sem esforço. Um momento de tranquilidade em que tudo fluísse como o rio calmo que desagua quase imperceptivelmente no oceano. Mas não. A mudança tinha que ser como a água conturbada da nascente que desagua no rio aos tropeções .
E lá vem um enorme sobressalto porque há tanto para reconstruir. Há mais uma vez um perfil profissonal a desenhar. Já sabia que seria assim. E há naturalmente uma rede de relações a desenvolver... pessoas novas, completamente diferentes. Era esperado, eu sei, mas nem por isso é pacífica a transição. É certo que estas pessoas são muito simpáticas, afáveis e extremamente bem humoradas, daquele tipo que fazem qualquer pessoa sentir-se em casa... Todavia, não deixam de ser um bando de novas pessoas a conhecer.
Assim de repente, ao olhar para trás, sinto saudades das pessoas que deixei e com as quais já não tenho o previlégio de poder estar todos os dias... São umas saudades boas, genuínas. E se tenho saudades, não é porque não me sinta extremamente bem com as que me acompanham agora ou porque me sinta sózinha... se tenho saudades é porque queria poder ter uma caixinha onde caberiam todas as pessoas de quem tanto gosto para estarem sempre comigo... Se bem que, agora que falo nisto, ocorre-me um facto: elas estão comigo... as memórias delas, de todos os momentos relevantes que tivemos juntas, na verdade, estão guardadas a sete chaves dentro de mim. São elas que vão me fazendo uma pessoa feliz.
Viva a amizade!





27 agosto 2007

Liberdade (Março 2005)

















(olhares.com)


Cheguei. Cheguei e parei naquele mesmo muro,

Para contemplar uma última vez, aquela antiga paisagem.

As memórias de um passado tão recente,

Parecem tão fugidias como a areia que passa por entre os meus dedos.

Libertei-o. Deixei o mais belo gravado no meu coração e o mais triste voou,

Ficando assim as portas desse passado encerradas para sempre...

Libertei-me. Libertei as amarras do sonho e do amor e

abri as portas da alma para deixar a felicidade entrar...

Voltei-me e lá estavas tu, sorrindo – o rosto pleno de amor;

No teu doce olhar e na tua expressão serena, lia-se uma esperança desconcertante...

Não sei porque estás aqui, nem tão pouco como cá chegaste,

Só sei que estou feliz por toda esta sintonia.

Olhas-me como à relíquia mais antiga, tocas-me como à peça mais valiosa.

Fito-te e no meu olhar há então um tudo querer que não tem fim...

Fica e não questiones.

Ama... deixa-te levar por essa paixão que não calas,

Por esse arrebatamento que não escondes.

Fica e funde-te... Funde-te...
porque o teu amor é pleno e porque nessa fusão serás eterno.

13 agosto 2007

Resoluções



(foto olhares.com)
Aparentemente todos sabemos o que é melhor para nós.


Todos sabemos o que gostamos mais e o que gostamos menos e até aquilo de que não gostamos mesmo. E chegada certa altura da nossa vida, sabemos o que não queremos, mesmo quando andamos num limbo sem conseguir perceber o que raio será que queremos ao certo, seja das pessoas, das relações, do trabalho ou genericamente da vida.


Com mais ou menos certezas, todos temos situações onde não gostaríamos de andar ao sabor da "maré" mas em relação às quais não conseguimos remar contra.


Parece-me que independentemente da maturidade de cada um, há resoluções que teimamos em não tomar. Talvez porque com maior ou menor convicção, há resoluções que simplesmente não se conseguem tomar de imediato... elas são demasiado difíceis de aceitar, mesmo quando sabemos que no final estamos a agir para nosso único beneficio.


Talvez esta dificuldade resida no facto de termos a noção de que certas decisões são irreversíveis. Muitas vezes elas obrigam-nos a assumir que erramos, fazem-nos olhar bem para dentro e ver o que provavelmente não quereríamos ou até nos fazem perceber quão ténue é a linha que devide a sabedoria do altruismo e a estupidez do nosso egocentrismo.

Mas isto não nos torna mais fracos. Isto não nos reduz a pessoas menos interessantes ou mais imaturas. Isto apenas revela que somos humanos.


E uma coisa é garantida: cada um de nós é um mundo único de experiências, de qualidades louváveis e defeitos incontornáveis. Cada um de nós pode ser um mundo admirável para alguém e ter um outro admirável mundo no coração. Basta querer. Basta perceber que, nem que seja num momento único na vida, qualquer um de nós terá uma resolução que não vai ser tomada com facilidade e com a qual vai ser uma carga de trabalhos ter que lidar.


Boas resoluções...

30 julho 2007

Gosto...


Gosto de sentir os pés a enterrarem-se na areia...

gosto de inalar o cheiro do sargaço que jaz na praia vazia...

gosto do marulhar das ondas...

gosto do calorzinho que me embala nas noites quentes de Verão...

gosto das longas conversas das noites frias de Inverno...

gosto da noitadas animadas com os amigos...

gosto do petisco no fim de um calmo dia de praia...

gosto dos teus braços quando me apertas...

gosto do teu cheiro fresco e alegre...

gosto do brilho com que os teus olhos me presenteiam de cada vez que pousam em mim...

gosto dessa tua voz rouca e meiga e que a uses para me dizeres tantas coisas bonitas...

gosto das tuas gargalhadas fáceis e francas...

gosto e pronto...

27 julho 2007

Obrigada...



(olhares.com)

Há momentos em que achamos que o nosso mundo desabará se nos acontecer isto ou aquilo... a verdade é que nos revelamos dia a dia, e cada momento é único...
Nunca sei muito bem qual vai ser a minha reação a situações semelhantes e apenas consigo saber qual é a atitude que quero tomar.
E nem sempre é fácil... Porque muitas vezes tenho a sensação de que sou como uma folha que paira no ar e plana ao sabor do vento. Mas muitas vezes tenho a convicção que agarro a minha vida como se estivesse a segurar as rédeas de um cavalo selvagem.
Uma coisa tomo por certa, a felicidade está em todo o lado se soubermos abrir o nosso coração para a receber... sou feliz perto dos meus amigos, sinto-me feliz de cada vez que estou junto ao mar, faz-me feliz ter um coração forte e capaz de amar...
Hoje consigo perceber de forma cada vez mais clara que as pequenas surpresas, os detalhes aparentemente insignificantes ou os pequenos prazeres são peças que nos enchem de alegria e calma para estarmos tranquilos, preenchidos e por isso felizes.
Disseram-me recentemente "obrigado por entrares na minha vida". Achei a expressão forte mas bonita e apeteceu-me apropriar-me dela para dizer a algumas pessoas isso mesmo... Ainda não lhes disse... mas vou dizer!!



12 fevereiro 2007

Beijos...




(Foto olhares.com)


... Beijos, beijos e mais beijos....
Muitos... Tantos... Imensos!
Grandes, pequenos e assim-assim!
Beijos longos... Molhados!
Curtos e rápidos...
Na testa, nos olhos e nas maçãs do rosto...
Numa orelha e depois na outra!
No pescoço, no peito e na barriga...
Beijo-te os dedos, um a um...
Beijo-te as palmas das mãos com ternura!
Toco ao de leve a tua boca...
Sorvo os teus lábios com prazer...
Um beijo e outro e outro...
Beijos longos... demorados...
Beijos eternos, beijos apaixonados...
Beijo-te!

29 janeiro 2007

Sonho de Amor (Maio 2000)
























(olhares.com)



Mais uma tarde que principiava

e o vento soprou ligeiro.

Deitada naquele velho campo,

roçando a mesma velha relva sonhava contigo:

como seria bom eu ser relva e tu seres chuva;

eu ser árvore e tu seres fruto,

nós sermos um só…

Mas… seria Utopia? Ou talvez ilusão:

por cima aquele intenso mar azul

iluminando cá em baixo

todo o constante flirt que é a vida…

Aí surgido do nada

tocas-me e olhas-me intensamente.

Agora enebriada pelo o teu doce hálito,

sinto-te trespassar o meu corpo com Amor…

Então o nosso beijo durou uma estação,

o amadurecimento de uma romã,

o fermentar de um vinho qualquer.

E se de súbito havias surgido do sonho,

desse eterno e alucinante mar de mosto,

de imediato te evaporaste na efemeridade da vida.

25 janeiro 2007

De novo, Haruki Murakami

Passou-se mais um curto fim de semana! Curto para tanto que gostaria de ter feito, mas que mais uma vez, não fiz. De qualquer forma fiz duas das coisas que mais gosto ao cimo da terra: de dia fui para a praia "fazer a fotossíntese" e à noite li até mais não aguentar!
E quem é que consegue fazer com que eu leia desalmadamente??
Haruki Murakami!!!

À cerca de duas semanas li o Sputnik meu amor, que foi uma pequena desilusão. Acho q o foi especialmente porque ainda tinha muito presente na minha cabeça a fabulosa intriga do Kafka à beira mar e a minha expectativa era de facto muito alta. A trama é interessante, no entanto aquele final deixou-me realmente desalentada.

A narrativa desenvolve-se à volta dessa capacidade admirável de amar de forma abnegada, mas também da total incapacidade de amar. Um rapaz ama a sua única grande amiga que o vê apenas como o seu melhor amigo e sem o qual não consegue viver. Entretanto, ela apaixona-se perdidamente por uma mulher elegante e enigmática que se torna sua chefe e alterará por completo os seus hábitos irreverentes e tresloucados.
Mas porque a incapacidade de amar é algo de tão tormentoso, quanto o é amar cegamente e não se ser correspondido, haverá 3 vivências desalentadas, que se perderão irremediavelmente.

Assim, foi sem qualquer expectativa que peguei no Norwegian Wood. Bom, surpresa imediata. Porque este é um livro apaixonante desde o 1º minuto.

Murakami aflora o mais profundo do ser humano de uma forma muito completa. Veremos a corrosão que a morte pode provocar na adolescência e da conturbação que é o início da vida adulta. Presenciaremos a tentativa de encontrar um lugar num mundo tantas vezes disforme aos nossos olhos. Encontraremos a tentativa de redenção através de amor e o teste dos limites e carências através do sexo desenfreado, veremos mesmo como é fácil andar perto da loucura quando não se acredita que se é capaz comandar a nossa própria vida, porque tudo o que nos rodeia nos aniquila. O livro é percorrido do início ao fim, pela busca, a busca incessante destas e tantas outras coisas.

Este livro é romântico e sensual, mas também é perturbador e de uma tristeza confrangedora. Quando chega finalmente a última página e achamos que nos vão aliviar o peso da angústia das coisas que parecem não avançar, o alívio não chega porque o final é deixado em aberto!
É verdade... Eu fiquei uns minutos de livro na fechado, no colo, a interiorizar toda aquela trama e a ponderar as hipóteses que se abrem naquele final inseperado... Como romântica incurável, acho que consigo perfeitamente bem conduzir Toru Watanabe à pacificação interior e à tão desejada felicidade através da sua apaixonada Midori... Mas isso, é apenas uma visão da coisa...
Boa leitura!
;-)

18 janeiro 2007

O Acaso











(foto olhares.com)


Um dia, um acaso, um reencontro.
Tanto tempo passado e encontravam-se de novo, frente a frente.
Surpresa.

Um dia, há tantos anos atrás, ele fora a sua "salvação".
No pior momento da sua vida, ele esteve lá com uma ajuda providencial. Naquele momento, ele esteve presente, de semblante severo, onde ela acreditava ter visto uma óbvia expressão de reprovação. Desde então, ela sentira-se constrangida sempre que ele se encontrava por perto, com aquele ar circunspecto e distante.
Seria então impossível ela imaginar a pessoa escondida por detrás daquele semblante carregado.

Tanto tempo depois, encontram-se um perante o outro e a surpresa estupidamente inesperada tirou-lhes os pés do chão. O rapaz que nunca se mostrou e que ela conhecia mal, deu lugar a um homem que se quis dar a conhecer melhor. A menina que ele conhecera, era hoje uma mulher que ele jamais imaginara.

Quando falou com aquele timbre grave mas melodioso, ela sorriu. Ele sorriu também, e o seu sorriso apresentou-se franco. Ela riu ao sentir um embaraço crescente. Ele também riu. Riu com um riso dinâmico que a fez sentir-se em casa.
Ela activou então o seu travão emocional e tentou seguir com o seu caminho indiferente ao impacto daquele reencontro tão improvável.

Mas repentinamente o seu caminho parecia conduzi-la sempre ao mesmo destino: aquele ser tão estranho, mas não tão indiferente como ela gostaria que ele fosse. Ela percebeu o homem encantador em que ele se tornou: um homem afectuoso, bem humorado, terno e apaixonado. Na verdade ela não se lembrava de ver aquela expressão, aquele olhar profundo, aquele sorriso delicioso à 15 anos atrás...

Sem que disso se apercebesse, um bem estar inebriante apoderava-se de si sempre que se encontrava ao seu lado... Sem que o previsse, ansiou por pequenos momentos junto de dele... Sem o conseguir admitir exultou com cada cada sms, com cada telefonema... Negando teimosamente o inevitável, mascarou aquela química incontornável de empatia espontânea entre velhos conhecidos.

Mas como há coisas que são mais fortes os encontros assíduos continuaram. E inevitavelmente, vieram as infinitas conversas, os pequenos gestos, as muitas confidências e consequentes cumplicidades. Dos dois, ninguém estava nem aí. Ninguém tinha qualquer tipo de intenção. Ninguém procurava nada.
Ambos encontaram algo.
SURPRESA.
;-)

15 janeiro 2007

Este Fim de Ano!




















(foto olhares.com)

Este fim de ano foi um dos melhores que passei desde há muitos anos.
Diverti-me "horrores", para variar (rs), mas este Fim de Ano foi um dos melhores porque foi particularmente especial!
Imaginem que recebi a maior declaração de "amor" de sempre.
Pois é!!!

Do meu reduzido Top de pessoas favoritas, uma delas é simplesmente bestial.
É ela que está sempre lá, nos bons e maus momentos, com uma palavra amiga ou um puxão de orelhas, com um ombro e um ouvido gigantes... eu diria mesmo que ela é aquela pessoa sem a qual eu seria infinitamente menos feliz!

Nos breves instantes em que ficámos sózinhas, ela disse-me algo de semelhante a isto que eu estou a "postar" agora.
Disse-me o quão importante eu sou para ela porque a partilha de vida que temos é algo de tão excepcionalmente raro, que jamais morrerá. ...
E eu que, nos últimos meses, pareço ter um um sério problema em exprimir os meus sentimentos, fiquei de lágrima no olho e mal consegui retribuir-lhe o elogio (julgo que terei sussurrado de forma atabalhoada o quanto também a adoro) .

Mas agora e para que não restem dúvidas e porque não sou uma pessoa de equívocos, aqui fica abertamente escrito:

És realmente a minha melhor amiga e por mais anos que passem, por mais desilusões que eu sofra, por mais alegrias que eu tenha, tudo faz muito mais sentido quando é partilhado contigo!!!

Obrigada por seres o meu "porto seguro"!
;-)))

08 janeiro 2007

A Fada















Ao virar da esquina passou por mim uma fada.

Grande e maravilhosa, no seu cavalo alado,

ia muito atarefada, até algo ruborizada.

Ora, isto é certamente motivo de indagação,

onde iria a Sr.ª dona Fada, esfuziante e alienada,

com a sua delicada mão no coração!?

Estava tão curiosa, tão ansiosa,

com uma certa preocupação,

que nada fiquei a saber

pois despertei atrasada para uma reunião!

03 janeiro 2007

Um dia... ou talvez não!














(Foto olhares.com)

De facto tudo na vida são momentos... momentos que tanto nos enchem como nos esgotam...
Um dia hei-de saber dosear o impacto desses tantos e diferenciados momentos...
Um dia voltarei a pensar como pensei há muito, muito tempo atrás... ou melhor, eventualmente um qualquer dia deixarei de pensar, pensar, pensar e voltarei simplesmente a sentir!
Afinal, seria tão mais fácil não sentir com a razão...
Como diria Fernando Pessoa "Se o coração pudesse pensar, parava!"

Mas que não se assustem os meus queridos amigos com este texto eminentemente triste... porque na verdade não o chega a ser!
Este texto é meramente um desabafo de quem se apercebe que há invariavelmente coisas que mudam e coisas que se perdem e isso de forma tão gradual e discreta que nem nos damos conta!
É assim... e pronto!!!!
;-)

14 novembro 2006

Uma fase a não repetir, por favor!! ;-)

Acabei de passar uma fase muito pouco simpática.

Depois de ultrapassados certos obstáculos, depois de uma adaptação para a qual houve necessidade de operar certas mudanças nunca fáceis, encontrava-me confortavelmente instalada na cadeira pretensão da sabedoria.
Afirmava, a plenos pulmões, saber o que queria e o que não queria a vários níveis.
Afirmava com uma pretensa certeza, ser "assim ou assado", porque há convições que se ganham com o passar dos anos e dos "obstáculos"que ultrapassamos e porque há análises que nos achamos habilitados para fazer.

Aparentemente tudo ok, aparentemente muito resolvida, e de repente, a propósito de um "desaire" amoroso vejo o meu dia-a-dia a ficar cada vez mais estranho... Q raio!
Eis que me encontro de repente num beco sem saída... Não sei o que se passa comigo... Insatisfeita... tristonha... sem vontade para rir, para conversar, para "palhaçar" por aí... sem vontade até (e espante-se quem me conhece bem) de estar com os meus amigos... Palavra de ordem: isolamento! Era tudo o que me apetecia... mas sem saber ao certo porquê!

Pois bem, com um nó bem feito na cabecinha, reencontrei um amigo muito especial que não via há muitos meses... E essa pessoa num pequenino grupo de palavras, com uma simplicidade constrangedora, disse-me o porquê deste momento tão conturbado! E acertou... e acima de tudo, conseguiu que eu percebesse o que eu recusava ver há já algum tempo. O que os meus dois anjos da guarda (adoro-vos M e C) já me tinham tentado dizer de uma forma mais ou menos explícita!

E bom, cá estou de novo, fazendo a minha parte da caminhada, sorriso estampado no rosto, palhançando a valer, mimando os meus amigos, sem certezas e com muitas dúvidas, mas cheia de alegria para receber o que quer que seja que a vida tem para me dar!
Hip hip urra!!!

19 outubro 2006

A algumas mulheres...


















(Foto olhares.com)



Na esquina do costume,

Jaz aquela mesma mulher, a mesma de sempre, vendo passar a vida.

Uma vida suspensa no tempo,

Uma vida que é tão-somente o prenúncio da morte.

É na esquina do costume que, noite após noite, ela espera.

Com o olhar distante,

Espera que o sonho de menina estrangule aquele horror gélido,

Um horror permanente, latente, que a assola em todas as eternas madrugadas,

Um horror que ela mascara com o seu pálido sorriso.

Raiva. Asco.

Um amor-próprio perdido para sempre.

Contra o candeeiro do costume,

A mente ausente, ela encosta o seu corpo inerte.

Vai pensando no homem que apenas satisfaz o vício,

Ou no homem que em vão tenta iludir a ânsia por afecto,

Vai lembrando toda essa gente perdida, sem alma,

Que entra em si sem pedir licença e lhe deixa um travo amargo a solidão.

As pernas fraquejam e sente-se fora de si, exausta.

De repente é como se voltasse a ser menina e a ter medo,

Mas não há cama, nem canto do quarto onde se esconder…

Há apenas aquele velho candeeiro, que noite após noite a ampara,

Quase lhe trazendo aquele outro conforto esquecido.

Um tremor nostálgico trespassa-a.

Uma saudade vadia frustra-lhe os movimentos.

Quis fugir, mas já não é capaz.

A velha mulher do costume, já não é a mesma de sempre,

Já não é sequer dona de si.

Ela já não sente… já não sonha… já não vive.

11 outubro 2006

Viagem Efémera (Set 95)












(foto olhares.com)


Era um fim de tarde cinzento,

onde bailava uma brisa muito ténue.

Ténue como o canto de um rouxinol;

O rouxinol parou de cantar.

E foi então, ouvindo o nada que ficou, que aspirei ser tudo:

quis espraiar-me pela natureza e ser árvore e ser sol

e ser ave dourada sob o resquício do Verão...

Voei. Voei e perdi-me na lembrança desse sonho.

Perdi-me na vontade súbita de ser algo num sítio qualquer...

Perdi-me na emocionante ideia de ser

presa e predador, fogo e orvalho;

de ser o relâmpago que fulmina a árvore mais antiga;

de ser a água turbulenta que abraça barcos, pescadores e casas;

na emocionante ideia de ser as intempéries que devoram o porto ancestral;

O rouxinol cantou.

Canta agora o doce canto das fadas denunciando a magia que paira no ar.

E lá vai Um, e Dois, Três duendes a dançar.

E eis que desaparece o Um,

e cai o Dois

e foge o Três, no seu cavalo branco a voar!

Sonhei um belo dia a doçura suave da tenra folha de plátano,

que flutua pelos ares outonais, até ir ternamente acariciar a relva côr-de- ouro...

Sonhei, voei, vivi...

27 setembro 2006

A Alma da Noite (26/09/2006)























Noite fria, madrugada quente.

Um olhar perdido, um gesto ausente.

Um estranho que passa, uma paixão ardente.

O coração que bate um bater crescente.

Sem força, sem vida

A solidão presente.

Sem passado, nem futuro

O passo tremente.

Um corpo vadio, vazio para sempre.

Um Sempre forçado, um Nunca reluzente.

Acena com a mentira, essa mentira latente.

Afugenta a verdade e a vontade da “gente”.

Alvorada fria, manhã quente.

Mágoa nascida numa alma descrente.

22 setembro 2006

Crescimento...

Sempre encarei com alguma estranheza e curiosidade as pessoas que dizem não sentir qualquer necessidade de companhia, de amor ou de afecto permamente... pessoas que tantas vezes cultivam as relações fortuitas, pontuais, liberais... que encaram o prazer do sexo pelo sexo porque sexo nada tem que ver com amor (de facto não tem!)... pessoas que inclusivé têm apenas conhecidos em vez de amigos.

Sempre tive essa sensação de grande curiosidade porque pelos meus parâmetros pensava no que poderiam realmente sentir, lá bem no fundo, essas pessoas.
Sempre me questionei se elas teriam tanto "trabalho" a lidar com todas estas questões algo superficiais, como têm as pessoas para as quais as coisas são bem mais profundas e até à pouco tempo atrás sentia uma "quase tristeza" solidária para com este tipo de pessoas.
Acreditava seriamente que não era possível alguém ter esta postura como opção, sem que se lhe tivesse atravessado uma enorme tragédia pelo caminho que o despoletasse. Na verdade, ainda penso que há muitas pessoas que se tornam assim depois dos reveses da vida, mas também acredito que outras há que são naturalmente assim: pessoas livres de espírito.

De facto hoje em dia, depois de mais equilibradas as ilusões com a vivência, percebo tantas das coisas que sempre achei duras e difíceis de encarar.

Hoje percebo exactamente que sexo é sexo, e pode ser fantástico com ou sem amor... o prazer é comum ao sexo, a ideia de sexo com amor é quase exclusivamente comum às mulheres!! E sim, acredito que com um sentimento maior à mistura é muito melhor, é perfeitamente possível, mas continua a ser verdade que o amor nada tem que ver com sexo.
O primeiro acontece com à velocidade de um estalar de dedos. O segundo é construído ao longo do tempo. Os dois juntos?! Pois....

Felizmente, hoje sei que podemos ser plenos, sentirmo-nos realizados, ser felizes sem que isso dependa de outra pessoa...
E lembro-me nitidamente dos dois momentos recentes na minha vida em que isso me aconteceu e apavora-me pensar que o meu estado de espírito possa voltar a depender de outro alguém que não eu mesma.

Hoje, graças a uma série de experiências, prezo imenso, e cada vez mais, aquele meu espaço em que estou "eu comigo mesma" e usufruo como nunca desses momentos sem ter qualquer sentimento de tristeza ou solidão.

E em relação à Amizade, sempre a valorizei imenso.
Mas hoje aprecio e valorizo-a de uma forma que antes não me era possível. Porque hoje não dependo dela... Acho que a vida é muito mais difícil sem amigos, e feliz de quem tem amigos de coração (tal como eu tenho), mas que a amizade não seja importante nas nossas vidas, por transposição, o substituto do amor: Amizade sim, dependência não!
Um enorme obrigada às amizades profundas que tenho e que me ajudaram nesta escalada de aperfeiçoamento e conhecimento interior.

5 anos de muitas coisas passadas e ultrapassadas, percebo muito bem essas pessoas e percebo-as com uma outra ligeireza e sem esse cariz de tristeza com que as encarava outrora.
E, no entanto, continuo a não ser o tipo de pessoa que encara as relações de forma fortuita, descartável, o sexo pelo sexo... Continuo ser o tipo de pessoa a que tem uma trabalhosa e tantas vezes "inoportuna" profundidade nas relações com os outros (sejam elas de que tipo forem)!
E não, não sou ainda uma "pessoa livre de espírito"... muito provavelmente nunca vou chegar a ser.
Mas numa coisa sou hoje uma pessoa diferente: hoje posso dizer-me mais livre, mais independente, mais auto-suficiente e por consequência, mais feliz!!!

30 agosto 2006

... a um Querido Amigo...
















Uma luz ténue entrava delicadamente pela janela entreaberta.

Ao sentir a sua carícia no meu rosto, despertei.

Sorri àquele novo dia sentindo-me feliz por ele estar ali.

Um olhar apenas bastou para o lançar nos meus braços.

Sentindo as suas mãos percorrerem o meu corpo,

Deixo escapar um leve suspiro por entre os lábios meio cerrados...

Que felicidade é esta que me percorre tão lentamente?

Que estremecer maravilhoso me invade quando ele está junto de mim...

Sentindo o seu cheiro, desfrutando do seu suave toque, desejo-o!

Desejo-o com a força de uma tempestade...

Arrebatada, estou entregue ao seu eterno beijo!

E de repente silêncio...

Lá fora a brisa amena parece celebrar o nosso amor e

O céu azul brinda-nos com a serenidade por que tanto ansiámos.

Quis falar...

Quis falar-lhe de felicidade, entrega, paixão...

Beijou-me uma e outra vez... sussurrou o meu nome.

Calei. Calei impotente perante o poder das suas palavras...

Sim, és meu.
Toma-me por tua...

Amas-me?!
Não interessa...

Silêncio...


Sou tua.






23 agosto 2006

A febre da Etiquetagem!!!! eheheheheh

E bom, aderi ao desafio que me lançaram e aqui vou eu deixar as minhas 6 etiquetas... antes de mais acho muito difícil falarmos isentamente de nós mesmos... especialmente em 6 "piquenos" carimbos... mas tenho estado a pensar sobre o assunto e afinal, o que posso eu dizer sobre mim????

De forma isenta, apraz-me dizer que sou aquilo a que se chama, um verdadeiro "must"!!!!
Acho incrível que haja tanta gente por esse mundo "afora" que passará pela vida sem ter a verdadeira alegria e previlégio de confraternizar comigo e acho mesmo que se fosse "minha amiga", não conseguiria mesmo viver sem mim e... JUST JOKING!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! eheheheheheheh

Por mais difícil que seja, aqui vai 6 "etiquetas" (sem imagens porque não sei onde ir buscá-las, além de que a rede hoje está particularmente lenta!!!!):


MUITOOOOOOO TEIMOSA... TIPO "COMO UMA MULA"!
não que eu tenha algo contra as mulas, que são seres do Senhor e para alguma coisa hão-de servir... aliás, parece-me que a protectora dos animais está francamente em falta porque de tanto luta inglória que tem travado, ainda não se debruçou sobre esta afronta à dignidade deste singelo animal campestre!!! Mas enfim, de momento serve-me a expressão pejorativa para este irritante defeito... aliás "feitio"!!!


ORGULHOSA... UM BOCADINHO!
este orgulho, é mais como sinónimo de um (por vezes exacerbado") sentido de dignidade... Enfim, gente estranha!!


SONHADORA... "RESMAS"... "GINGABAITES"...
uiiiiiiii... ora pois...
(suspiros)


ROMÂNTICA... INCURÁVEL!
enviem-me flores... façam-me banhos de imersão com pétalas de rosas... espalhem-me velas e pétalas pela casa... ofereçam-me presentes, personalizados, por mais simples que sejam... façam-me todo esse tipo de surpresas que se pode ver em qq filme barato... e aí, CASO na hora!!!!
eheheheheh


COM MUITO SENTIDO DE HUMOR...
Duvidoso para uns, mas mas também estamos a falar de gente desprovida de um Q.I. que se apresente, é certo, porque modéstia à parte (bolas, já não vou poder falar da minha modéstia porque já tenho todas as 6 etiquetas, o que até me dá jeito porque senão ainda me chamavam de mentirosa e neste caso já seria comentário adequado de gente "imbejosa") bom, mas voltando à "modéstia à parte", não tenho encontrado gente com um sentido de humor tão apurado e refinado como o meu... bem, a não ser eventualmente (mas ainda vou ter que pensar melhor sobre esta questão) "Os gatos fedorentos".
De presunção e água benta..!!!
(rs)

CARINHOSA... A ROÇAR O MELGAAAAAAAAAAA!!!!
gosto de dar beijos e mais beijos... de dar mimo... de estar coladinha... Bom, mas isto acontece especialmente porque costumo ter os pés sempre frios no Inverno!!!!

E bom, espero poder ter-vos mostrado um pouco mais da minha pessoa...

;-)

21 agosto 2006

Kakfa à Beira Mar - Haruki Murakami


Em tempos tinha lido um comentário aos dois primeiros romances de Murakami (Norwegian Woods e Sputnik Meu Amor) que suscitou a minha curiosidade, mas até à data ainda não tinha tido oportunidade de ler nada deste Senhor. Mas eis que me ofereceram a última obra de Murakami: Kafka à Beira-Mar.
Com uma dedicatória absolutamente deliciosa e uma capa que me faz lembrar um gato que conheci em tempos, foi ficando lá por casa, tranquilamente à espera.

Acho que tenho uma ligação estranha com os livros... é como se as suas capas falassem comigo... há livros que sei que vou ler, compro-os mas quando chego a casa e os tiro do saco, "olhamo-nos" e... aí decido qual é que vou ler, ou se marcamos o nosso encontro para outro dia.
Ao longo dos anos o meu relacionamento com os livros tem vindo a intensificar-se: aos 18 anos apenas tinha lido O Diário de Anne Frank; depois com a faculdade desenvolvi uma capacidade engraçada de ler mais de 2 livros em simultâneo (muitas vezes 3 ou 4) e horas a fio; mais recentemente apercebi-me que cada livro é como um ritual para mim, com um espaço muito próprio. Assim, acontece muitas vezes eu comprar um livro e ao chegar a casa guardo-o. Ou porque estou a ler outro ou muito simplesmente porque não é chegado o momento de "conversarmos". Parece uma coisa estranha, eu sei e nem eu própria o sei explicar, é certo... mas o prazer que hoje em dia retiro dos meus momentos de leitura é absolutamente indescritível.

Bom, após 5 meses de espera, olhei-o e, apesar de não me estar a apetecer ler nada de muito longo, e 600 páginas sempre são 600 páginas, não lhe resisti.
Chegara o "nosso"momento! Este foi o timing certo, porque estou sossegada, feliz, com os fantasmas "arrumados" no seu devido sítio e por isso capaz de absorver e entender tudo o que "o mundo" tiver para me contar!

Kafka à Beira Mar, é uma história que tem tanto de trágico como de uma transbordante esperança no ser humano.
Com uma escrita absolutamente cativante, Murakami tem como ponto de partida 2 histórias aparentemente paralelas, a de um sexagenário e a de um adolescente de 15 anos, ambos extravagantes. O sexagenário consegue falar com gatos e é desprovido de qualquer tipo de raciocínio lógico devido a um acidente no tempo da guerra com E.U.A.. O rapaz tem um grave problema de identidade que o leva a fugir de casa e cujo único amigo e confidente é um amigo imaginário "o rapaz chamado o corvo" que não passa de um prolongamento dele mesmo.
A ficção está carregada de situações bizarras, como uma prostituta que descute Hegel enquanto faz sexo com um cliente, ou um homem que come os corações dos gatos enquanto ainda batem, tendo pelo meio um misterioso assassinato, mas a narrativa está desenvolvida de uma forma tão intrigante, tão inteligente que uma vez começado a saber um pouco mais sobre estas duas personagens é impossível parar de ler.
(Para mim foi-o de tal forma que se li as primeiras 250 páginas em dois pequenos serões, as restantes 400 li ontem todo o santo dia.)

No final, podem tirar-se muitas conclusões, porque todas as histórias bem escritas têm o condão de tocar as pessoas de forma diversa.
"Na parte que me toca" (esta frase é usada inúmeras vezes ao longo do livro!) a máxima que retiro deste livro vem apenas reforçar algo em que acredito piamente desde há já alguns anos a esta parte: não importa as tragédias a que a vida nos sujeita ou que infligimos a nós mesmos, a opção crescermos e de aprendermos, está lá e é sempre nossa!

16 agosto 2006

A essa paixão!!! (Março 2005)
















(Onami - ondas masculinas)

Ele chegou e sorriu, caminhando altivo com passos pequenos, mas decididos.

Sentou-se, olhou-me e o seu olhar repousou em mim como um pequeno terramoto

Que abalou repentinamente o meu alvoraçado mundo…

E pela primeira vez senti aquele aroma misto

De rosmaninho silvestre e alecrim do campo.

Sorri tentando manter alguma indiferença,

Mas oiço a sua voz e estremeço…

Sorri de novo percebendo estar perdida…

Perdida de curiosidade por este homem enigmático e elegante,

de rosto geométrico e grave, de olhos serenos e gestos fortes.

Procurei no mais recôndito de mim um espaço para onde fugir…

Não encontrei… não tive tempo para procurar melhor…

Sorriu… e nesse momento, impotente, rendi-me…

E o meu mundo antes conturbado parou,

Invadido por uma sensação tão especial

Como se nele passasse a só existir paz e amor!

09 agosto 2006

Areal (07/Jul/04)


Sentada no rochedo ancestral,
Contemplo a beleza plácida que se estende a meus pés.
O céu azul ilumina toda esta natureza e
o mar irrompe com uma branda fúria por entre pedras e rochas.
O sargaço espalhado ao longo do areal lembra os despojos da minha alma pacificada
e, ao longe, os montes erguem-se implacáveis sobre o mar azul.
Duas gaivotas passeiam à beira-mar por entre o parco desperdício marinho
e a brisa suave parece sussurrar-me belas palavras de amor,
como que a querer lembrar-me o quanto te quero...
As nuvens passam ligeiras, rumo ao horizonte e
o sol começa, agora, a desaparecer parecendo
ser docemente engolido por aquele azul profundo.
Sorrio.
Inspiro o ar puro e fresco que se faz sentir.
Desejo-te.
Chamo por ti na esperança de num ápice te ter ali...
Silêncio.
Sinto o peito cheio de vida e o coração repleto de amor.
Sem o querer, vejo o teu reflexo em cada traço desta espantosa natureza:
sinto-te em cada gota que salpica o meu rosto,
sinto-te na brisa que toca o meu cabelo,
a magia exultante dos oceanos parece brotar em cada passo teu
e cada uivo do vento traz-me a tua voz doce e quente,
reclamando o meu amor.... declarando a tua paixão....
Cada um destes planaltos, parece exaltar a magnitude do meu amor...
E cada exaltação da mãe natureza parece tornar mais suportável a tua ausência...
Na verdade sei que a tua ausência não passa de um mero detalhe,
porque tu estás aqui... primorosamente guardado
nesse espaço recôndito e secreto que é o meu coração.
És absolutamente desconcertante, intenso, evasivo, mas
perturbadoramente presente!
Suplico-te num grito mudo:
“ Toma-me.... sou tua!!”
Desejo-o... Desejo-te com a força de uma tempestade,
Com a intensidade de um furacão!
O teu olhar, o teu sorriso, o teu cheiro...
Tudo em ti me faz sentir especial:
É o teu olhar que me aquece como os raios de sol;
É o teu sorriso que ilumina a minha alma como a cálida tarde de primavera;
É o teu cheiro que me envolve como a mais suave brisa outonal...
És a esperança que renasce em cada aurora.
Sem palavras, estou entregue a este amor
Reservado e atento, calas.
Queria gritar-te “Amo...”, mas também calo...
Silêncio, reserva... Se um dia tu gritares, o teu grito será mudo.
E eu... Eu vou gritando silenciosamente na penumbra da madrugada
Este misto de felicidade e paixão que me toca a existência.

27 julho 2006

Emoções - Janeiro 2002

Peguei no papel e no lápis e quis escrever.

Quis largar as amarras do pensamento,

Soltar milhas de desilusão e encarar portos carregados de mágoas antigas.

Mas nada saiu.

Exasperada, senti-me só...

Senti um calafrio de desespero percorrer-me a espinha.

Senti a dor de um tempo irremediavelmente perdido...

Quis caminhar e perder-me por aí,

Esperando de alguma forma poder compreender...

Esperando compreender esse travo amargo que ficara na minha vida.

Felizmente percebo que não sou tua.... e não o serei nunca mais.

Felizes de nós que um dia fizemos percursos paralelos

e esses percursos tornaram-se distintos.

Sei agora que qualquer dor ou mágoa que tivesse existido entre nós,

Desaparecera devagarinho, sem deixar rasto!

Já não sou tua!! E hoje é tudo tão claro...

Esta é uma vida nova.... é nova porque de repente ganhou um novo sentido,

Um sentido cheio de novos caminhos,

Caminhos cheios de amor, alegria e esperança...

Caminhos belos, seguros e felizes.

Olha...

Definitivamente, já não sou tua...

e sou tão feliz!

24 julho 2006

O Porquê do nome ...

"The yearning of the sword"...

Este é o nome de uma música da banda sonora original do filme Crouching Tiger, Hiden Dragon. Este é um filme mágico e que, à semelhança de maior parte dos filmes "orientais", nos fala da pureza e da lealdade, da coragem e da "ânsia" de seguir e preservar um ideal.

Para além do encanto absoluto que o Oriente (especialmente o Japão e Índia) me traz, não encontrei melhor metáfora para simbolizar o poder infidável que nos é cedido por este sentimento impulsionador a que podemos chamar "Ânsia!

Só a ânsia de ser melhor, de não se resignar, de atingir o inalcansável, pode dar vida e vontade a uma espada... e isto mesmo no mundo fantástico dos dragões e dos samurais!
Também aqui só os mais bravos, os mais corajosos, os que têm uma verdadeira ânsia de chegar a um ideal supremo, são heróis inigualáveis!

Ao olharmos para a história universal, o que tem feito tantas personalidades perfeitamente banais levarem a cabo actos simplesmente extarordinários?
Uma ânsia de saber mais, de querer mais, de não se resignar!
Pensemos nos descobridores... pensemos nos grandes guerreiros... nos maiores políticos... Foram pessoas perfeitamente banais que um dia não quiseram ser apenas isso...

Então o que é preciso fazer para se pode ser ou atingir o extraordinário?
Temos que acordar esta mesma ânsia...porque esta ânsia, todos a temos dentro de nós...
nuns está num ponto tão recôndito, que nem sabem que a possuem... noutros está lá, mas preferem acreditar que não depende deles e que os outros a têm presa nas suas mãos... outros, andam tão chateados com o mundo que se limitam a existir...

É certo que o que parece tão fácil de fazer quando se fala, não é assim tão fácil de conseguir... há muitos factores e obstáculos que podem surgir neste ou em quaquer outro caminho de busca de algo... e muitas vezes não conseguimos realizar o que mais desejávamos.

Ainda assim acredito que tudo é possível e até porque o que tenho constatado no meu próprio percurso e que acredito que se aplica a todos nós, é que apesar dos contratempos e dos projectos não conseguidos, sempre que esgotamos os nossos limites e fazemos o que melhor sabemos, damos mais um pequeno passo na escala da vida e nos tornamos pessoas um pouquinho melhores e mais satisfeitas com a vida.

20 julho 2006

Os Trinta... Os meus pelo menos!

Trabalho... horas infindáveis de responsabilidade...
Sente-se um cansaço latente que não nos deixa desenvolver.
Uma branca... aiiii...
Passou... E avança-se um pouco mais.
Nova branca..
desta vez acompanhada de pausa demorada...
Ai senhores, a memória já começa a falhar... mauuuuu!
(Esta semana já é a terceira ou quarta vez que isto me acontece... enfim...
Sempre são demasiadas horas em frente ao monitor... )
Bom... Já passou.
Por via das dúvidas, arranja-se um bloco e uns lembretes autocolantes e escreve-se o que precisa fazer, levar, trazer... whatever!
O dia acaba... corre-se para casa porque temos algo que não podemos deixar de fazer.
O bloco!!!! Bolas, ficou no escritório... aiii... o que é que tinha para fazer???
(Bolas, isto deve ser da comida, da "fast food"... a minha mãe ainda se lembra do nome de todos os rios portugueses... e eu às aranhas para me lembrar o que tinha que fazer hoje quando chegasse a casa!)
Ahhhhh, está aqui um post-it...
É mesmo isso: Farmácia!!
2 medicamentos da farmácia...
ora rasga-se a caixa de um deles e o nome do outro (que já não tem caixa) repete-se até lá chegar!
Atende-se um telefonema...
5 min de conversa...
e agora o nome, aiiiii... ah sim, ainda nos lembramos, perfeito!
Afinal não se está assim tão mal!
Entra-se na farmácia, olha-se para as prateleiras enquanto se espera 1 min para sermos atendidos e.... pede-se:
- Eu queria... eu queria... ora, eu queria um medicamento do qual não me lembro do nome... pois... bom, mas tenho aqui a caixa de outro de que preciso... dê-me uma embalagem destas enquanto me lembro do nome do outro, por favor!
A esta altura estamos em pânico e a percorrer desenfreadamente as prateleiras à nossa volta à procura do medicamento que se nos escapou debaixo da língua..
estamos a fazer uma franca má figura...
o farmacêutico volta e o nome que é bom, NADA!
Tenta-se explicar o que se pretende, mas o nome que se repetiu mais de 200x, eclipsou-se na atmosfera...
ok...
desiste-se e a única opção é sair da situação de forma mais airosa que se pode encontrar e diz-se sorrindo:
"pois... olhe, o outro medicamento esqueça, mas entretanto, dê-me qualquer para a falta de memória por favor!"


A idade não perdoa meus amigos, e se alguma vez vos acontecer algo deste género... deixem lá... não estão sózinhos!!!

17 julho 2006

Lembra-te que o teu mundo faz parte do meu universo!

Não sei bem porque motivo abri este blog...
E pensei até em não o revelar a ninguém e apagá-lo, mas depois... depois lembrei-me do tanto que aprendo com o que os outros têm para dizer.
(Na verdade, acho que realmente sei porque motivo o abri!!)

Hoje ao entrar no blog de uma pessoa muito especial, aprendi mais qualquer coisa.
Sobre ela, não aprendi nada de novo, apenas confirmei a pessoa maravilhosa que ela é...
Mas aprendi como é fácil magoar alguém, como é fácil descurar a amizade e o amor que por vezes nos oferecerem de forma abenegada, percebi como é demasiado fácil só pensar no nosso "mundo".
Percebi como é fácil dizer "Eu" e pensar somente no que nos faz falta, e não perceber que certas pequenas coisas, certos gestos podem ser tão ligeiros quanto crueis e podem abalar por momentos o pequeno mundo de alguém.

Fiquei algo triste porque percebi que abalei um pouquinho o pequeno mundo de alguém, estando demasiado ocupada a olhar apenas para o meu.
E não estou a falar "qualquer outro alguém", estou a falar de alguém tão especial que considero epicentro do meu mundo... Esse alguém, nunca me descura... esse alguém, está sempre presente... esse alguém tem ajudado a construir o meu "ponto de equilíbrio" tantas vezes fragilizado e por isso, não merecia eu fosse tão desatenta...

A ti, "minha referência", as minhas mais sinceras desculpas!
(Tb senti e muito a tua falta!)

Mas genericamente, parece-me que este problema se avoluma se pensarmos que andamos demasiado depressa no dia-a-dia para olharmos um pouco para o lado e repararmos nos pequenos "q's"... Deparamo-nos regularmente com invasões permanentes e desrespeitos constantes. E o que podemos fazer quanto a isso??

Da minha parte, vou tentar olhar cada vez mais para os pequenos mundos que fazem parte do meu universo, não descurar os pormenores, tentar ver mais além.

A vós, aos vossos pequenos ricos mundos que prezo em conhecer, sejais bem vindos ao mundo da Nippon Lady!